sexta-feira, 27 de março de 2009

Nova revelação da musica cabo-verdiana, os C4!



Grupos de jovens cabo-verdianos revelação espreitam oportunidades


Grupo C4 foi fundado em Fevereiro de 2002 na ilha do Sal é a banda do momento em Cabo Verde. Os principais elementos vieram para Portugal para estudar, mas o percurso de sucesso continua. Já conseguiram pôr no mercado o primeiro trabalho discográfico intitulado “True Story”.Luís Carlos Évora, musico e estudante de Engenharia Mecânica na ESTA, tem esperança de conseguir oportunidades para mostrar a Portugal o valor do grupo.

P: Quem formou o grupo C4?
Luís Évora: O grupo C4 é um grupo de jovens cabo-verdianos que já existe há 6 anos, constituído por 7 elementos: Nelito, Jamie, o Delton, o Sandro, o Luís Carlos Évora (sou eu) e o Maurício. O grupo foi formado por mim, pelo Maurício e por um ex-elemento, o Luís Filipe.

P: Como é que surgiu esta ideia de formar o grupo?
L.E: Surgiu a partir das festas do fim de ano em que os jovens cantam de porta em porta em troca de alguns tostões e foi a partir daí, que surgiu a influência de tocar instrumentos de cordas. Passamos a tocar mais vezes e a aprender muito, descobrimos outros talentos e foi assim que conseguimos formar o nosso grupo. E foi com o mesmo espírito de sacrifício que conseguimos o nosso sonho que era por o nosso primeiro CD no mercado.

P: E como foi o vosso percurso para chegar onde chegaram?
L.E: Foi muito difícil principalmente por causa das condições financeiras, porque sempre sentimos falta de apoios. Por um lado, o nosso país em vias de desenvolvimento, sempre dá prioridade a outros investimentos. Por isso, travam a cultura mais moderna para poderem preservar aquilo que é mais tradicional e neste âmbito, não dão oportunidades aos novos talentos. Entretanto, já temos o nosso CD no mercado, mas foi lançado com muito trabalho e com muito sacrifício e com a ajuda de pouca gente, que confiaram em nós e acreditaram no nosso trabalho. Agradecemos a essas pessoas porque contribuíram com o empréstimo de um instrumento musical, salas de ensaio, ajudas que significaram muito para nós.

P: Mas porquê não foram apoiados?
L.E: Acho que isso tem mais a ver com o nosso estilo musical que a gente implantou e isso, infelizmente é como se fosse uma barreira, também pelo facto, de existirem poucas pessoas que gostam dum grupo de jovens com um outro estilo musical e por isso tudo, foi muito difícil lançar o nosso trabalho discográfico.
P: O porquê deste nome C4? O que significa C4?
L.E: Nós quando vamos ao palco muitas pessoas pensam que temos um guitarrista, um percussionista, duas vozes, um teclista, um baterista, que contabiliza 7 elementos. Todavia, as pessoas perguntam: mas porquê o nome C4? É interessante, mas C4 não tem nada que ver com essas suposições. C4 significa um explosivo potente que pode causar danos catastróficos e decidimos por este nome, porque também queríamos ter um nome único.

P: Quais são os géneros musicais que o vosso grupo privilegia?
L. E: Somos um grupo que nunca investiu num só género. Com as nossas composições e letras, fomos tentando adapta-los a um estilo diferente, por tanto, o nosso próprio estilo. Os géneros que privilegiamos são: Zouk, guetto-zouk, R&B, Zouk das Antilhas ou kizomba, Reggae music, Reggaeton e Ragga.

P: Inspiram-se nalguma banda ou artista para fazer a vossa música?
L.E: Qualquer grupo ou artista quando começam, tem como exemplo alguém ou banda musical que nos admira. Todavia, nós dentro dos C4 temos gostos diferentes, cada um gosta dum género musical diferente e apreciam os seus próprios artistas e por isso, tentamos adaptar os gostos de cada um. Por outro lado, acho que não temos um grupo ou artista de referência que nos inspiram para fazermos a nossa música, porque sempre quisemos criar o nosso próprio estilo musical. Porém, a música moderna nos influenciou, tanto a de Cabo Verde como a dos outros países. Fomos influenciados pelo alemão Gentleman que vive na Jamaica, pelo rei do guetto-zouk, o cabo-verdiano Nelson de Freitas, o Johnny Ramos, Craig Daivid, William e outros.

P: A vossa música pretende transmitir o quê? Que mensagens?
L. E: O nosso objectivo é precisamente transmitir boas mensagens para os jovens. Todavia, 70% da nossa música são mensagens de amor, também transmitimos algo sobre os bons valores da sociedade, algo sobre a nossa vida boémia, festas, partidas e a saudade e mensagens sobre a droga e outros problemas da juventude. No entanto, tentamos sempre transmitir mensagens duma forma divertida e engraçada.

P: Tem tido muito sucesso em Cabo Verde com a vossa música e em Portugal?
L.E: Não, aqui em Portugal ainda não conseguimos. Estamos aqui a estudar, os elementos do grupo estão separados uns dos outros, eu em Abrantes, outros em Viana de Castelo e Lisboa, por isso, não temos tempo para ensaiar e é difícil assim. A nossa música não foi aqui divulgada porque as nossas músicas são cantadas em crioulo e não em português, mas porém, temos ainda esperança que apareçam oportunidades e concertos para podermos divulgar a nossa música. Outra condicionante é o facto do nosso CD ainda não estar nas lojas de música dos PALOP aqui em Portugal.

P: Já foram convidados a participar nalgum espectáculo ou evento cultural aqui em Portugal? Como foi?L.E: Já sim. Fomos convidados para tocar em Tomar, em Leiria, Covilhã, Bragança e também já fomos convidados para tocar com um artista em Lisboa, o cabo-verdiano Gilson Gee. Mas em Bragança, fomos convidados a participar numa festa cultural 2 anos seguidos e nas outras cidades tocamos em salões de música. Os nossos espectáculos foram muito agradáveis para nós e sent

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